Agora são os espanhóis a implicar connosco, não querem lá ver! Sem nos passarem cartão, toca de nos fazerem exigências extravagantes, como um teste negativo, ou um certificado de vacinação ou de recuperação da Covid-19. A medida já se aplicava a quem viajasse de avião ou de barco, de Portugal para Espanha. Agora na fronteira terrestre, sem nos darem cavaco, mudarem assim o que estava combinado…
Até parece que, à semelhança do governo britânico, as autoridades espanholas querem evitar, o mais possível, que os seus cidadãos venham gastar o seu dinheiro em território luso. Disse o Presidente da República, ontem: “Eu compreendo, nesse sentido, cada um pensa no seu interesse imediato, mas há laços de amizade, há laços de relacionamento, há toda uma tradição”.
O interessante da questão é que o certificado europeu digital, ainda só funciona, e mesmo assim experimentalmente, na Alemanha e na Dinamarca, na Polónia, na Grécia e na Croácia, na República Checa e na Bulgária. O que está combinado na UE é que o sistema entre em vigor no primeiro dia de Julho, embora a maior parte dos países, incluindo Portugal, estejam já “tecnicamente prontos” para emitirem os certificados.
Durante este mês, portanto, a Espanha terá de contentar-se com uns papéis manhosos do tipo ‘dizem que é um certificado’ e aceitá-los-á desde que redigidos em espanhol, inglês, francês ou alemão, línguas todas elas, é sabido, mais fáceis de entender por um espanhol que o nosso português que, evidentemente, deverá ser acompanhado de uma tradução para espanhol, oficialmente certificada. Desta vez, tremam os espanhóis, o nosso ministro Santos Silva ameaçou retaliar.