Os mistérios do aeroporto de Lisboa

Nota à la Minuta
Quinta-feira, 27 Fevereiro 2020
Os mistérios do aeroporto de Lisboa
  • Alberto Magalhães

 

 

Em 29/01/1969, o DN informava que, estudadas as opções Fonte da Telha, Montijo, Porto Alto e Rio Frio, para o novo aeroporto de Lisboa, o governo de Marcelo Caetano escolheria, com toda a probabilidade. a hipótese de Rio Frio.

Em 23/12/2005, Pompeu Santos, vice-presidente da Associação Internacional de Pontes e Engenharia de Estruturas, escrevia no Público: “…Rio Frio fica dentro da Área Metropolitana de Lisboa, na margem Sul do Tejo, junto à auto-estrada A12, a pouco mais de 20 km de Lisboa pela futura ponte Chelas-Barreiro. Além disso, Rio Frio é uma zona ampla, plana e de fácil acesso a todo o país. Os terrenos são bons para a construção e o aeroporto terá facilidade de expansão. Na ponte Chelas-Barreiro seria também instalado o TGV para Madrid e para o Porto, fazendo-se a bifurcação da linha em Rio Frio, debaixo do aeroporto, onde haveria uma estação. Nessa linha circularia ainda o “vai-vem” para Lisboa que faria a viagem em 10 minutos”.

O engenheiro, indignava-se por esta opção ter sido chumbada, em 1999, por despacho conjunto de Elisa Ferreira, ministra do Ambiente, e de João Cravinho, ministro do Equipamento Social, do governo de Guterres, por alegados “graves prejuízos ambientais”, quando a Ota, alternativa escolhida pelo governo, teria problemas muito maiores.

Outra informação útil, para perceber o nível das decisões e indecisões políticas nesta matéria: o governo de António Guterres escolhia a Ota, quando os cinco-estudos-cinco efectuados entre 1970 e 1999, todos elegiam Rio Frio como a melhor localização. Entretanto, a Ota foi abandonada por Alcochete e Alcochete pelo Montijo. Rio Frio foi esquecido sem que se perceba porquê. O Carnaval ainda vai no adro.

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