Na passada quinta-feira, 06 de abril, a Ministra da Coesão, Ana Abrunhosa e o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, visitaram as obras do Novo Hospital Central do Alentejo. De acordo com ambos, as obras do Hospital estarão prontas dentro do prazo estabelecido. A Ministra garantiu que a esmagadora maioria das obras terão que ficar prontas até final de 2023, uma vez que o governo estará a financiá-la através da CCDR do Alentejo, com fundos europeus, decorrentes do Portugal 2020 (40 Milhões).
A obra, devido à guerra e à inflação, ficará mais cara do que o inicialmente previsto (180 milhões, mais 30 milhões em equipamentos), daí a importância dos fundos europeus para diminuir o financiamento do Orçamento do Estado.
O Ministro da Saúde, mais cauteloso, admite que, devido à atual conjuntura, possa haver um ajustamento do prazo, mas a obra adjudicada à espanhola ACCIONA Construcción estará concluída no decurso do primeiro semestre do próximo ano, o mais provável em junho de 2024.
Estamos em abril, a pouco mais de oito meses do final do ano, e o resto? As infraestruturas? E as acessibilidades?
De acordo com o presidente da autarquia, Carlos Pinto de Sá, em reunião de câmara da semana passada, a Ministra da Coesão aceitou as propostas do município, nomeadamente a renovação do acordo que tinha sido assinado e que prevê o financiamento a 100% das infraestruturas necessárias, documento que se encontra há mais de um ano no Ministério da Saúde. Recorda-se que a responsabilidade da construção das obras de acessibilidade e da rede de abastecimento de água e de saneamento compete à autarquia, que aguarda o financiamento. A Ministra assumiu a incumbência de ser o seu ministério a encontrar uma solução para o investimento nas acessibilidades, uma vez que os fundos europeus não permitem a sua aplicação na rede viária. Comprometeu-se a informar a CME até ao final deste mês.
Resumindo: há intenções, mas não há dinheiro.
Não nos podemos esquecer que os terrenos junto ao novo Hospital são privados e sem expropriação não há construção, que competirá ao Ministério da Saúde ou das Finanças, processo parado, embora o Presidente da Câmara confie que em maio/junho se possam lançar os concursos neste âmbito.
Reina o otimismo no governo e na autarquia.. Mas será real?? Os privados aceitarão as propostas de expropriação? Encontrar-se-ão com brevidade os recursos necessários para as redes viárias, saneamento, água? O acesso aos dinheiros europeus pressupõe concursos internacionais A serem lançados em junho, as infraestruturas estarão prontas no 1º semestre do próximo ano? Não existirão atrasos na conclusão das obras?
E a habitação! Sem habitação condigna, a preços acessíveis, não há médicos, enfermeiros, técnicos de saúde, auxiliares, que se queiram fixar em Évora. Para que serve um Hospital com novas valências e 30 milhões de tecnologia de ponta se não houver pessoal qualificado que garanta uma saúde de qualidade. E o projeto de faculdade de medicina em Évora? A Escola de Saúde?! Há novidades?
Os eborenses estão atentos! Nós estamos atentos! O Hospital é fundamental para o desenvolvimento da região. A autarquia, mas também o Alentejo Central, deve unir esforços para levar esta obra a bom porto, mas garantindo a transparência sobre as reais dificuldades desta obra no cumprimento dos prazos atribuídos. Somos pelo Hospital mas não aceitamos anúncios com fins eleitoralistas. Não menosprezem as capacidades intelectuais dos eborenses.