À liça de balanço, uma vez que as férias estivais são para ser cumpridas com e a rigor, porque devidas e ao final de quase quarenta crónicas escritas e faladas, o mesmo impõe-se sobre a atividade da polis no sentido alargado do termo.
O governo tomou posse há pouco mais de cem dias, embora tenha sido eleito a 30 de janeiro, há cento e sessenta e quatro dias. Para este longo hiato de tempo, entre a eleição e a tomada posse, contribuíra a trapalhada com a eleição dos deputados pelo círculo eleitoral da europa.
Confesso que não sei se a alteração legislativa já fora operada. Porém, caso ainda não o tenha sido, no menos, que o seja em tempo para que não se repita o caos da última eleição.
Por outro lado, a guerra na Ucrânia veio adensar os problemas que vinham afetando o mundo ocidental. A estagnação da produtividade acrescida do aumento generalizado dos preços, significa a tempestade perfeita para a perda de bem-estar das populações. E não há dúvida alguma, são os menos capazes e aqueles auferem rendimentos inferiores que passarão pior nos próximos tempos.
Por isso, colocam-se muitos desafios às instituições que têm por dever gerir a vida dos cidadãos no curto prazo. A assistência social será chamada em maior número. Os cuidados de saúde, igualmente. A justiça, por maioria de razão, será o fim de linha para muitos.
Dito isto, deixo aqui uma pergunta: depois do caos ocorrido nas escalas dos técnicos de saúde que paralisaram, em vários hospitais, os serviços de urgência; depois da gestão política do dossier do novo aeroporto de Lisboa; depois da atribuição de fundos públicos a uma sociedade que é visada no inquérito crime; depois da péssima gestão da pandemia no que concerne à mortalidade dos mais velhos, estarão as instituições atuais à altura de gerir a vida pública dos cidadãos portugueses? Tenho muitas dúvidas de que estejam!