PCP enterra Geringonça à sua maneira

Nota à la Minuta
Quinta-feira, 04 Novembro 2021
PCP enterra Geringonça à sua maneira
  • Alberto Magalhães

Os dois acontecimentos políticos de ontem foram a reunião do Conselho de Estado e a entrevista de Jerónimo de Sousa à RTP. Da boca do líder do PCP, ficámos a saber que a a geringonça “tal qual” existiu, não mais se repetirá porque, ao não cumprir as promessas que foi fazendo, o PS “minou” a confiança que havia entre os dois partidos. No entanto, acrescentou Jerónimo, se não fosse o Presidente da República ter decidido partir para eleições, haveria lugar a uma tentativa de “reformulação” do documento, ou seja – digo eu – talvez a confiança se tivesse restabelecido por obra e graça do Espírito Santo. Fica assim claro, que foi Marcelo o responsável pelo fracasso, no ovo, das negociações previstas para depois do chumbo do OE.

Para que conste, uma sondagem da Aximage, hoje divulgada, diz-nos que 59% dos eleitores concorda com a solução do Presidente da República, embora 54% considere a realização destas eleições prejudicial para o país. Consta que uma expressiva maioria de conselheiros de Estado se pronunciou no mesmo sentido.

Para se ter uma ideia mais fina da democraticidade interna e da sustentabilidade externa do PCP, dois apontamentos ainda. Segundo Jerónimo, à volta da decisão de chumbar o OE, a discussão no comité central foi “muito rica e fértil”, mas a decisão, no final, foi tomada por unanimidade. Quanto às perdas de votos de eleição para eleição, não têm nada que ver com descontentamentos, a explicação de Jerónimo é sociológica: o país tem cada vez menos operários e, sendo o PCP, a vanguarda proletária…

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