Se analisarmos o nosso percurso de vida encontramos, facilmente, vários professores e professoras que foram determinantes no nosso processo de aprendizagem e de construção da nossa personalidade. Recordo, com carinho, vários docentes que me marcaram pela positiva e que me incutiram o gosto pela aprendizagem contínua.
Quem tem filhos, como eu, também reconhece o papel que os professores e restantes profissionais da educação têm no desenvolvimento de tantas das competências cognitivas, emocionais e sociais das nossas crianças.
Os professores e restantes profissionais da escola pública estão em luta. O Governo apelida a greve de desproporcional e procura colocar os encarregados de educação, e restante opinião pública, contra os professores. Uma atitude lamentável, mesquinha e que deveria indignar todo o país. O que interessa, realmente, verificar para analisarmos a justiça e a proporcionalidade da luta? As reivindicações dos profissionais da escola pública. E estas reivindicações são desproporcionais? São algo de extraordinário? Pois… Quando ouvimos quem ergue a escola pública todos os dias percebemos que apenas exigem dignidade e respeito.
Faz sentido que assistentes operacionais e assistentes técnicos recebam o salário mínimo nacional? Faz sentido professores receberem um salário tão injusto para a responsabilidade que têm na formação dos nossos jovens?
Fazem sentido as regras no acesso aos 5.º e 7.º escalões da carreira docente? Professores com um desempenho excelente ficam com a carreira congelada porque as quotas limitam a progressão na carreira.
Faz sentido que a carreira docente seja dominada pela precariedade e por profissionais com a casa às costas?
Faz sentido que tendo estado a carreira congelada, em dois períodos entre 2005 e 2017, num total de nove anos, quatro meses e dois dias, apenas tenha sido possível recuperar cerca de três anos?
Faz sentido que a maior parte das escolas tenham psicólogos e outros técnicos superiores em número insuficiente?
Pois… Nada disto faz sentido, e isto sim é desproporcional!
Estou ao lado de todos os professores e professoras e restante pessoal não docente. Merecem toda a minha solidariedade e respeito, e ao seu lado estarei incondicionalmente. Não esqueçamos que a Escola Pública é um dos pilares fundamentais de qualquer democracia. O governo esqueceu-se, que Portugal saiba relembrá-lo.
Até para a semana!