Duas boas notícias, nos últimos dias. Temia-se na Europa que nas eleições regionais de domingo, em Itália, Matteo Salvini ganhasse o bastião do Partido Democrático, a região Emília-Romanha, caso em que prometera marchar para Roma e exigir do presidente da República a demissão do governo de coligação entre o Partido Democrático e o Movimento 5 Estrelas.
Ora, tanta pesporrência Salvini alardeou, que os bolonheses, gente de esquerda ultimamente desencantada, certamente lembrando-se da marcha do Partido Nacional Fascista sobre Roma, em 1922, para exigir a nomeação de Benito Mussolini como primeiro-ministro, e do desgraçado sarilho que isso gerou, decidiram deixar-se de abstenções, acorreram às urnas e deram ao Partido Democrático uns impressionantes 51,4% dos votos, contra 43,6% da candidata de Salvini. A votação no Movimento fundado pelo palhaço Beppe Grillo também foi 5 estrelas: 3,5%. Votaram uns surpreendentes 67,7% dos inscritos. A Europa pode suspirar de alívio.
Menos prometedora, mas mesmo assim positiva, porque muito comprometedora, a revelação, no domingo, nas páginas do New York Times, de que John Bolton, conselheiro de Segurança de Donald Trump, despedido por este em Setembro, conta, num livro ainda não publicado, que o Presidente lhe disse de viva voz que preferia não enviar os 390 milhões para ajuda militar à Ucrânia, decididos pelo Congresso, enquanto esta não entregasse todo o material comprometedor para o seu rival John Biden e filho.
Trump, impávido, diz que Bolton inventou a conversa apenas para vender o livro. Também não custa a acreditar. A mossa para Trump seria grande se os senadores votassem com imparcialidade e se os seus eleitores não sofressem de trumpite anestesiante.