Independentemente das questões jurídicas que enquadram a indemnização atribuída à antiga ex quase tudo, ex administradora da TAP e da NAV e ex secretária de Estado, estão razões políticas. Quem é que decidiu reverter a privatização da companhia aérea nacional? Quem coube nomear o conselho de administração da mesma?
O certo é que os contribuintes portugueses através dos impostos entregues ao governo para gerir a coisa pública, aquilo que cada um de nós seria incapaz de gerir por si só, não foi diligentemente feito no caso da indemnização concedida à ex-administradora. Os mandatos atribuídos aos governantes pelo povo, são para ser cumpridos de forma muito criteriosa e parcimoniosa. Um cêntimo é um cêntimo.
Por essa razão ou razões, os mais de 3 mil milhões injetados na TAP são da responsabilidade moral da geringonça e política dos governos socialistas. A primeira decidira nacionalizar a maioria do capital da TAP e os segundos governam o país há sete anos.
O relatório da IGF concluiu pela nulidade da atribuição dada à ex administradora em virtude da mesma violar o estatuto do gestor público. Pergunto: ninguém no interior da TAP sabia disso? Vivem noutro planeta? Ou querem fazer de parvos os administrados? Inclino-me para esta última.
Ora, conhecidos estes factos não poderá deixar de haver mais consequências políticas. A demissão do ministro Nuno Pedro Santos será insuficiente para que se coloque um ponto final neste caso. Se o governo optar, mormente o primeiro-ministro, em poupar os responsáveis políticos pela gestão da TAP todos perderemos e em particular a imagem da companhia aérea nacional ficará manchada.