Viva
Com eleições marcadas para dia 14, já este domingo, Erdogan não tem a sua reeleição garantida. As últimas sondagens dão uma ligeira vantagem a Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP), da Aliança Nacional e defensor de uma Turquia laica. Apelando à mudança, o líder da oposição promete implementar uma política de combate às descriminações e de aumentos salariais. Sendo medidas importantes outras, igualmente urgentes se deveriam impor.
64 milhões de eleitores decidem se querem, ou não, a continuação do regime. É um embate entre a democracia e uma autocracia violenta e autoritária.
Ao subir nas sondagens, Kiliçdaroglu, aproxima-se, a passos largos, de uma possível vitória e, no próximo fim de semana, tudo pode acontecer.
Estando, a Turquia, a passar por uma crise económica e social, agravada pelo sismo de 6 de fevereiro, Erdogan, não tem conseguido responder às urgências mais prementes.
Com eleições diretas para a presidência onde, sem um candidato maioritário na primeira volta, a eleição é decidida, numa segunda volta, pelos 2 candidatos mais votados, em nada distingue a Turquia das democracias Ocidentais. O problema é Erdogan ser um dos candidatos. A sua popularidade tem vindo a decair e, caso perca as eleições, adivinha-se a possibilidade da contestação dos resultados. O autoritarismo dos últimos anos e a constante repressão sobre os seus contestatários levou a que a Turquia se tenha afastado dos ideais defendidos pela Europa democrática.
Aliado de Putin, conta com o seu apoio, ao afastar-se do programa de sanções impostas à Rússia.
Recorrendo ao insulto contra o seu mais direto opositor, deixou claro que não permitirá ser destituído do cargo, sem dar luta.
Apesar de tudo, existe a real possibilidade de perder as eleições. No poder há 20 anos, o sismo de fevereiro pode ter sido o início da sua derrota eleitoral, devido à falta de respostas na ajuda às populações.
Mas, a minoria curda, tão sacrificada e esquecida pode vir a ser decisiva com o seu voto. Muito provavelmente os curdos votarão na aliança da oposição, mesmo não estando nela representado a maior força política curda. No entanto, tudo é permitido para derrotar o ditador.
Ao endurecer a campanha com perseguições políticas, abusos de poder e violação dos direitos das populações, uma enorme operação policial, procura manter o poder nas mesmas de quem, tudo faz para calar e intimidar a oposição.
Tendo como bandeiras a difícil crise económica, a falta de apoio às vítimas do sismo de 6 de fevereiro e a perceção pública de uma corrupção generalizada, o líder da oposição lança as suas últimas cartadas tentando abalar o poder estabelecido e que se pensava, por agora, indestrutível.
Erdogan, apoiando-se na questão do terrorismo e esquecendo das prioridades para com o seu povo, numa última tentativa desesperada, tenta aliar o seu opositor mais direto aos “inimigos do país”. No esforço de o associar ao terrorismo pretende chamar a si alguns eleitores indecisos.
Mas, vistas bem as coisas, tudo parece estar nas mãos de 12% do eleitorado curdo.
Aguardemos por domingo.
Saudações LIVRE’s
Até para a semana
Glória Franco