Talvez sim, talvez não

Crónica de Opinião
Quarta-feira, 07 Dezembro 2022
Talvez sim, talvez não
  • José Policarpo

Escrevo esta crónica antes do jogo da seleção nacional a contar para os oitavos de final do campeonato do mundo, mas será publicada após. O país está envolto, mergulhado no comportamento do jogador Cristiano Ronaldo perante o selecionador nacional. O jogador manifestou desagrado pela sua substituição no último jogo com a já eliminada Coreia do sul, dirigindo-se para o Fernando Santos com palavras pouco simpáticas.

É explicável o desagrado, talvez sim, talvez não. É aceitável o modo como o fez, talvez sim, talvez não. Cada um é livre de fazer o seu julgamento. Porém, quando um jogador representa o seu país, responde pela totalidade dos seus cidadãos. Por isso, as desculpas terão uma natureza muito restritiva.

Se a seleção nacional ganhar diante a seleção helvética tudo será ultrapassado, pois a turba tem memória parecida a uma galinha. Se em vez disso a seleção perder esse jogo estará encontrado o verdadeiro culpado. Ronaldo será tido como um traidor.

Na verdade, há muito boa gente que nem se quer tem a noção de quanto é amado e conhecido em todo o mundo, o CR7. A gratidão é um adjetivo pouco ensinado em terras lusas. É pena, mas é assim.

A acontecer o decesso da seleção lusa no campeonato do mundo do catar, este não se deve a ninguém em particular. Deve-se isso sim a questões estruturais. A mentalidade vencedora, a meritocracia e o foco nos objetivos, são, infelizmente, condições descuráveis na nossa sociedade. Será que o futebol padecerá dos mesmos males? Pela aparência, talvez sim.

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com