Terrorismo aéreo de Estado

Nota à la Minuta
Segunda-feira, 24 Maio 2021
Terrorismo aéreo de Estado
  • Alberto Magalhães

 

 

Alexander Lukashenko é o presidente da Bielorrússia desde 1994. Apesar de ganhar sucessivas eleições por larga vantagem, são grandes as suspeitas de que fraude eleitoral seja o nome das suas vitórias. Os seus principais amigos são o russo Vladimir Putin, o chinês Xi Jimping e o carrasco sírio Bashar Hafez al-Hassad.

Desde que, em Agosto do ano passado, Lukashenko foi de novo reeleito com 80% dos votos, as manifestações a pedir-lhe que se demita tornaram-se um perigoso passatempo de fim-de-semana, para milhares e milhares de cidadãos. A sua principal opositora, Svetlana Tikhanovskaia, teve de se contentar com uma quota de 9,9% de votos e, conhecendo a costela violenta do eterno presidente, achou por bem refugiar-se na Lituânia. Já cá esteve a pedir ajuda à presidência portuguesa da UE.

Ontem, Lukashenko, a quem o camarada Xi Jimping deve ter convencido de que a UE é um tigre de papel – o que, infelizmente, não deixa de ser uma boa dica -, fez o até aqui impensável. Com o argumento de que um avião da Ryanair, voando entre Atenas, na Grécia, e Vílnius, na Lituânia, duas capitais de países membros da NATO e da UE, transportaria uma bomba, mandou uns jactos da sua força aérea desviá-lo para Minsk, capital da Bielorrússia. Tudo para prender Roman Protasevich, jornalista que tem furado o bloqueio noticioso imposto pelo ditador.

Veremos que músculo terá a resposta da UE e da NATO a este exemplo de terrorismo de Estado que viola todas as regras internacionais da aviação. É que, se a moda pega…

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