Tenho sempre muito cuidado com o recurso às generalizações gratuitas. São todos uns incompetentes; São todos uns vigaristas encartados; São todos uns mentirosos; Há pessoas boas e decentes. Creio mesmo que, a maioria dos portugueses, o será.
As atuais notícias sobre a classe política não devem deixar-nos descansados, sob pena de estarmos a construir uma sociedade em que a suspeição e a dúvida sobre a idoneidade das pessoas são a normalidade. Não me julgo o arauto da moralidade, porém os casos e os casinhos, são cada vez mais o dia a dia, a regra, em vez do país estar mobilizado naquilo que é importante.
O importante é a criação de riqueza para que possa ser redistribuída de forma justa, porque fazer dívida para colmatar injustiças só traz mais injustiças para as gerações vindouras. Exemplo disso é geração daqueles que têm entre 25 e 35 que muitos tiveram de emigrar por falta de oportunidades no país que os viu nascer.
Portugal tem um número de pobres que é dos maiores da europa ocidental, tem também um dos mais baixos rendimentos por cabeça da mesma europa. A convergência com os países mais competitivos torna-se cada vez mais uma miragem, uma coisa impossível.
Não quero nem pretendo fazer um processo de intenções sobre os políticos visados e/ou debaixo da alçada da justiça, mas são devidas explicações a quem as cabe dar e decisões a quem as cabe tomar. Os representantes dos órgãos de soberania não podem ficar quedos e, muito menos, recorrerem a graçolas para explicarem coisas sérias. As instituições que representam e para as quais foram eleitos democraticamente, a isso os obriga.
Por estas razões, os partidos com assento parlamentar, mormente, o PSD que é o maior partido da oposição, deverão exercer, competentemente, o seu papel ou, então, caminharemos, rapidamente contra a parede. A anterior liderança do PSD pela sua inação e falta de estratégia é corresponsável da atual situação política. Saiba, com efeito, o atual líder tirar essa lição. Faço votos que assim seja.