As revelações no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP continuam a um ritmo alucinante. Hoje, porém, não me ocuparei delas, já que a Comissão Técnica Independente, criada pelo Governo para estudar a localização do futuro aeroporto de Lisboa – depois de um período de democracia participativa radical, em que qualquer cidadão podia colocar um alfinete em qualquer lugar do mapa de Portugal, indicando o seu palpite – apresentou o fruto da auscultação popular, que alargou para 17 as possíveis opções, para logo reduzir a lista para nove hipóteses.
Como era previsível, as opções Beja e Évora, foram já eliminadas. A distância e, sobretudo, a dificuldade de acesso à capital, tramaram Beja, que tinha a seu favor a infraestrutura já existente. Quanto a Évora, igualmente demasiado longe, não tem, sequer, “área de expansão”. Nós, desta banda, ficaríamos bem servidos com a hipótese “Pegões”, ou “Rio Frio + Poceirão” ou mesmo “Alcochete”.
Tudo deveria estar decidido até ao final deste ano, mas com tantas hipóteses ainda em aberto, tantos estudos a efectuar e tantos conflitos de interesses e opiniões, é muito provável que a discussão se prolongue por mais 50 anos. Isto se não contarmos com o debate entre os que consideram a Portela como uma mais-valia por despejar turistas bem no centro de Lisboa e os que odeiam pensar que a Portela vai continuar a pôr Lisboa em stress devido ao barulho e ao perigo de acidente. Enfim, temos novela interminável.