Um Ano de Crueldade

Crónica de Opinião
Segunda-feira, 27 Fevereiro 2023
Um Ano de Crueldade
  • Bruno Martins

Na passada sexta-feira assinalou-se um ano sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia. Um ano de crueldade e de barbárie. Passado um ano, não há outra forma de encarar esta guerra que não passe pela condenação absoluta e inequívoca de Vladimir Putin e de total solidariedade com o povo ucraniano, que tem o direito fundamental a resgatar a paz e o seu país.

Quem defende a paz deve ser coerente, devendo condenar todos os belicismos imperialistas e percebendo que a escalada armamentista nada resolve. É por isso que, pensar que os EUA ou a NATO terão, ou quererão ter, um papel para a construção da paz é surreal. Estes estão, como estiveram no passado, do lado da guerra como negócio e nunca darão passos decisivos para a paz. Da mesma forma, é inútil pensar que será suficiente sentar na mesma mesa apenas a Ucrânia e a Rússia, ou seja, o agressor e o agredido. Nunca isso resultaria noutra coisa que não um conjunto de imposições da Rússia sobre a Ucrânia.

Para a construção da paz precisamos de uma postura clara da União Europeia e da ONU que deverão promover uma Conferência de Paz e continuar a pugnar pela existência de um clima de tranquilidade e segurança, sem promover qualquer escalada de guerra.

Infelizmente, e apesar da esmagadora maioria dos cidadãos do mundo quererem a paz, grande parte das potências, a começar pela Rússia, não a querem. O negócio das armas lucra milhões, as multinacionais do petróleo apresentam lucros extraordinários e a especulação sobre os bens essenciais, em especial sobre os alimentos e medicamentos, ultrapassa todos os limites da decência. Às vidas dizimadas soma-se a pobreza de milhões consequência do negócio de alguns.

Espero que não assinalemos mais nenhum ano desta Guerra, mas temo pelo pior. Devemos, pois, não esquecer: continuar a apelar à paz, não uma qualquer paz podre, mas uma paz efetiva, prestando toda a solidariedade ao povo ucraniano e condenando inequivocamente o poder russo.

E relembrar que a avaliação política do poder ucraniano pode e deve ser feita, mas não pode servir, em nenhum momento, para ilibar Vladimir Putin ou para fazer esquecer que neste conflito há um agressor e um agredido.

Que saibamos dar passos rumo à paz.

Até para a semana!

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