Luís de Camões morreu a 10 de Junho de 1580. Hoje é Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Correndo o risco de causar estragos na reputação do poeta, relembro o início do poema épico que o tornou famoso:
As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando
– Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte
É óbvio que Camões é candidato ao cancelamento, pelo menos nas escolas, onde a juventude não deve ficar exposta a um poema, cujo pendor xenófobo e racista é assumido despudoradamente, logo na segunda estrofe. Vivam Portugal, Camões e as Comunidades Portuguesas.