Vamos repetir o jogo do Orçamento?

Nota à la Minuta
Quarta-feira, 27 Outubro 2021
Vamos repetir o jogo do Orçamento?
  • Alberto Magalhães

Segundo o Expresso online, ontem, Ferro Rodrigues terá levado ao Presidente da República uma extraordinária pretensão dos confrades geringonços (PCP, BE, PEV e PAN). Pretendem, nada mais nada menos, que, chumbado o OE com nota negativa quase unânime, Marcelo tenha dó e não dissolva “logo, logo” o Parlamento, como prometeu, antes dando outra oportunidade a António Costa para negociar um novo Orçamento, mais catita, que lhes dê, a eles, o ensejo de votar a favor ou, pelo menos, o prazer da abstinência.

Perante tal unanimidade aspiracional, depois de tudo a que temos assistido, que devemos pensar: ensandeceram colectivamente? Olharam, finalmente, para o futuro e arrependeram-se? Subitamente, condoeram-se do, agora solitário e mal-amado, primeiro-ministro? Ou foi tudo isto e mais uma vontade irresistível de voltar à infância e brincar aos Orçamentos de Estado?

A confiança que todos eles depositam, agora, na capacidade de António Costa apresentar, daqui a dias, o Orçamento dos seus sonhos é comovente, mas não convincente.

Entretanto, as facas vão-se afiando à volta de António Costa. Paulo Pedroso, no Facebook, depois de censurar Costa por não dar nada de significativo ao PCP, “depois de seis anos em que o PCP quase nada pediu”, afirma peremptório: “António Costa contrai a obrigação de ganhar as eleições com maioria absoluta ou dar lugar a quem no PS se queira entender com a esquerda”.

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com