Xi Jinping e Taiwan

Nota à la Minuta
Segunda-feira, 11 Outubro 2021
Xi Jinping e Taiwan
  • Alberto Magalhães

Logo a seguir à 2ª Guerra Mundial, em 1946, começou a guerra civil chinesa, opondo o Partido Comunista ao governo nacionalista do Kuomitang, presidido pelo general Chiang Kai-shek que, em 1949, derrotado por Mao Zedong, se refugiou na ilha de Taiwan, com as suas tropas. No entanto, até 1971, foi o seu governo a representar a China na ONU. Nesse ano, a situação inverteu-se, por 76 votos a favor da mudança (incluindo a URSS e os países europeus), 35 contra (incluindo os EUA, o Japão, a Austrália, a Nova Zelândia e o Brasil) e 17 abstenções. Desde então, Taiwan perdeu o seu lugar no ‘concerto das nações’, mas tem sobrevivido sob protecção americana, tendo-se industrializado e democratizado, mas sempre sob a ameaça do regime comunista chinês, de absorver a ilha como absorveu a Mongólia, o Tibete e, mais recentemente, Hong Kong e Macau.

Xi Jinping, no sábado passado, prometeu de novo cumprir o ‘desígnio histórico’ da reunificação. Não ameaçou usar a força, como fez em ocasiões anteriores, mas, na semana que passou, contaram-se 150 caças chineses a invadir o espaço aéreo de Taiwan, o que não deixa de ser arrepiante. Pois, embora o governo da ilha prometa dar luta se a China a tentar invadir, é bom lembrar que em Taiwan vivem 24 milhões de pessoas e na China são mil e 400 milhões.

O que se espera é que a protecção dos EUA, com a ajuda da Austrália e do Japão, continue a ser suficiente para dissuadir Xi Jinping de avançar em força. No entanto, existe sempre o risco de a paciência de Xi não fazer jus à tradicional paciência de chinês. Aí, uma de duas, ou os aliados defendem Taiwan e a bronca pode ser imparável e estender-se pelo mundo ou os americanos ‘borregam’ e a China torna-se imparável a estender-se pelo mundo. Venha o Diabo e escolha.

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