O Tempo Romano de Évora está a ser alvo de uma análise estrutural.
É a primeira vez em 2.000 anos de história, segundo o arqueólogo Rafael Alfenim, da Direção Regional de Cultura do Alentejo.
“O templo tem sido estudado de vários pontos de vista, sobretudo o arqueológico e o da história da arquitetura”, mas “esta é a primeira vez que se faz uma análise desta natureza”, adiantou.
O responsável acrescentou que a investigação é “fundamental” para um “bom diagnóstico” sobre o estado do templo, “em termos de conservação e da estabilidade da estrutura”, para se poder “atuar um dia, caso seja necessário, ou prevenir eventuais situações de risco existentes no momento”.
Cinco alunos estrangeiros e investigadores portugueses já terminaram dois dias de recolha de dados em Évora, utilizando modernos equipamentos do século XXI.
“Estivemos a fazer três tipos de ensaios não destrutivos”, como a identificação dinâmica, para “medir as micro-vibrações da estrutura”, e a análise por ultrassons, para “perceber que tipo de rocha” dá corpo ao Monumento Nacional, adiantou Daniel Oliveira.
O docente na Universidade do Minho e um dos responsáveis pelo mestrado explicou que todos os dados obtidos pelos investigadores vão, seguidamente, incorporar modelos computorizados.
“A partir daí, o objetivo será fazer o diagnóstico para perceber se o templo estará seguro”, sobretudo em caso de sismo, frisou Daniel Oliveira, admitindo desde já a hipótese de que num episódio sísmico “moderado a intenso” o monumento “não esteja seguro”.
O trabalho deverá estar terminado até final de março.