A Câmara de Évora pretende colocar marcações de campos de futebol no relvado sintético do complexo desportivo da cidade para o futebol de formação, mas o Clube de Rugby de Évora (CRÉ) opõe-se.
Além disso, teme que deixe de ser dada prioridade à modalidade, alegando que “foi posto como diretor do complexo desportivo um técnico de desporto, que é funcionário da câmara mas que é treinador profissional de futebol”.
“Estamos a ver que, paulatinamente, o técnico está a tentar desenvolver formação em futebol”, refere.
António Leitão diz que “o relvado é especial para râguebi”, o que faz com que “a bola de futebol não salte como salta normalmente nos campos de futebol”, além de o campo ter “postes e marcações para o râguebi”.
“Porque é que é que não esteve previsto no caderno de encargos a colocação de balizas e de marcações para o futebol?” questiona, respondendo, ao mesmo tempo que “o financiamento foi concebido especificamente para construir um campo de râguebi”.
“Qualquer outra utilização é uma utilização secundária, que é admissível, mas não pode prejudicar o râguebi”, acrescenta.
Perante a situação, a Câmara de Évora decidiu dar a possibilidade de a população da cidade apresentar propostas para o regulamento do complexo desportivo.
“Aprovámos um documento para discussão pública. Não é o documento final. É um documento que colocamos à discussão para pedir contributos no sentido de se poder melhorar o regulamento de funcionamento do Complexo Desportivo de Évora”, explica à DianaFM o presidente da Câmara de Évora.
Carlos Pinto de Sá defende que o Complexo Desportivo de Évora deve servir todas as modalidades, mas refere que será dada prioridade ao râguebi e atletismo.
“A câmara entendeu alargar substancialmente o horário de funcionamento do complexo desportivo, abrimos muito cedo e fechamos muito tarde, e há muitas horas em que o campo não será utilizado pelo râguebi”, assinala.
O autarca considera que “o campo pode ser utilizado por outros desportos, entre os quais o futebol”, mas garante que “está perfeitamente salvaguardado” que o râguebi “não será preterido”.
“O futebol tem os seus espaços e o que nós queremos é que o futebol possa também participar, sobretudo a formação”, realça.