Uma exposição de fotografia e vídeo vai “revisitar” os quase 60 anos da presença dos monges cartuxos em Évora.
A mostra abre ao público no dia 26 deste mês, às 18:00, no Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida (FEA).
Intitulada “Saudades dos Cartuxos”, a exposição conta com trabalhos dos fotógrafos Daniel Blaufuks, José M. Rodrigues, Paulo Catrica e Nacho Doce, entre outros.
Esta exposição faz parte do programa preparado pela FEA para assinalar a despedida dos quatro monges cartuxos que viviam no Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, perto de Évora, e que vão mudar-se para Espanha.
A história da Fundação Eugénio de Almeida está ligada, desde a sua génese, em 1963, ao regresso e à presença da Cartuxa em Évora, como foi vontade e obra do seu instituidor, Vasco Maria Eugénio de Almeida.
Évora acolheu, em 1587, os primeiros monges que fundaram o Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, mas, quase três séculos mais tarde, “os ventos da história determinaram a expulsão dos filhos de São Bruno” e que “só regressaram a Évora em 1960, pela mão de Vasco Maria Eugénio de Almeida”, realçou a FEA.
“Foi possível que, durante quase 60 anos, os monges ali permanecessem em silêncio e oração”, referiu, indicando que “chegaram a ser 22, em 1977, mas com a diminuição de vocações por toda a Europa, a comunidade foi-se reduzindo cada vez mais”.
Os quatros monges que ainda restam, dois octogenários, um português e um espanhol, e dois nonagenários, ambos espanhóis, receberam a indicação do Capítulo Geral da Ordem de que teriam que mudar-se para a Cartuxa de Montalegre, a cerca de 20 quilómetros de Barcelona.
Com esta decisão, assinalou a FEA, desaparecem também as ordens masculinas de clausura em Portugal.
Foto: Arquidiocese de Évora, Cartuxa 2007