A utilização de monumentos arqueológicos em Évora para iniciativas culturais e turísticas, incluindo a realização de espetáculos, coloca em risco a sua integridade. O alerta é do Grupo Pró-Évora.
Em comunicado, esta associação de defesa do património diz que o Cromeleque dos Almendres, perto de Guadalupe, e as Termas Romanas de Évora, situadas no edifício da câmara, são dois exemplos da “utilização abusiva”.
“No caso dos Almendres, a realização ocorrida” no passado dia 29 de maio, no âmbito do Festival Évora África, que está a decorrer na cidade, e “o constante afluxo turístico degradam visivelmente este importante monumento”, adverte.
Já as termas romanas, refere, “a realização de um espetáculo teatral e os respetivos ensaios”, que estreia amanhã, “num espaço tão exíguo e de reconhecidas fragilidades estruturais, é igualmente posto em risco tão relevante património”.
“Este tipo de práticas pode ameaçar os materiais e as estruturas dos monumentos”, sublinha o Grupo Pró-Évora, considerando “indispensável” a realização de “uma avaliação técnica prévia dos riscos e impactos possíveis para que se salvaguardem os bens de eventuais destruições ou degradações”.
Estas associação sustenta que “estas avaliações não têm constituído preocupação dos promotores” das iniciativas culturais e turísticas, concluindo que estas atividades tornam-se, assim, “um perigo para a integridade dos monumentos”.
“Em ambas as situações, cabem especiais responsabilidades à Câmara de Évora, não só em termos tutelares, mas também na disponibilização de meios para a realização destes espetáculos”, acrescenta.