Apesar de uma possível invasão da Rússia, o ambiente nas cidades ucranianas de Kiev e Kharkiv é aparentemente calmo e as populações vivem como “se nada se passasse”, relata à DianaFM um jovem eborense.
Gabriel Costa, de 25 anos, é natural de Évora, mas está na Ucrânia há quase dois meses.
Primeiro esteve em Kharkiv, a 40 quilómetros da fronteira russa, e desde anteontem que se mudou para Kiev, a capital deste país da Europa do Leste.
A viagem de regresso a Portugal de Gabriel e da sua esposa, de nacionalidade ucraniana, está marcada para a próxima segunda-feira.
“Já estava previsto”, conta à DianaFM este jovem eborense, salientando que a ameaça de um conflito militar no país “apenas antecipou a data por uma ou duas semanas”.
Gabriel Costa está na Ucrânia para ajudar a sua esposa com a documentação necessária para entrar em Portugal e foi “apanhado” pela nova escalada russa.
“As pessoas não têm medo da situação. Simplesmente não sabem o que vai acontecer, mas pensam que se vai manter calma, apesar das ameaças russas”, afirma.
Segundo este eborense, a população do país continua “a fazer planos a longo prazo como se nada se passasse” e nas cidades de Kiev e Kharkiv “as pessoas não costumam falar sobre o assunto”.
“De um modo geral, o povo ucraniano partilha a opinião de que não acontecerá nada, pois uma invasão do país tornará a situação mais difícil para o presidente russo, quer seja sob a forma de sanções vindas do exterior ou sob a forma de descontentamento popular no interior”, sublinha.
Na opinião dos ucranianos, de acordo com Gabriel Costa, “a tensão vai manter-se elevada nas fronteiras por tempo indefinido”.