O lar de Reguengos de Monsaraz onde surgiu um foco de covid-19 “não tem condições para ter doentes internados”.
O alerta é feito pela presidente da sub-região de Évora da Ordem dos Médicos, Maria Augusta Portas Pereira.
Segundo a responsável, os utentes da instituição que testaram positivo para a covid-19 encontram-se “em quartos com três e quatro camas e não há ventilação de ar”, pelo que “os vírus circulam em ambiente fechado”.
Além disso, Maria Augusta Portas Pereira diz que não podem ser médicos de família a prestar cuidados aos idosos no lar.
“Os médicos de família são altamente diferenciados para atuar na comunidade, seguem os doentes do nascimento até à morte e fazem, sobretudo, uma medicina preventiva. Não têm conteúdo funcional para acompanhar doentes internados num hospital de campanha”, assinala.
A responsável insiste que “os médicos de família não tem conteúdo funcional para atuar em situações de urgência e de emergência”, notando que estes idosos “têm muitas doenças associadas e, com descompensações que podem ser rápidas, pode nem sequer dar tempo para o transporte para o hospital de Évora”.
“Se a ARS do Alentejo acha que estes doentes têm que ter médico 24 horas por dia, então, provavelmente, precisam de internamento num hospital”, acrescenta.
A presidente da sub-região de Évora da Ordem dos Médicos adverte que a colocação de médicos de família e médicos hospitalares no lar de Reguengos de Monsaraz é “no mínimo abusiva e não é realizada à luz de qualquer suporte legal”, dado que o país não está em estado de emergência.