O ministro do Ambiente deu a entender que a exploração mineira nos concelhos de Évora, Montemor-o-Novo e Vendas Novas não tem condições para avançar.
José Pedro Matos Fernandes respondia aos deputados durante uma audição na Comissão de Ambiente da Assembleia da República.
“Eu com o microfone desligado vou mesmo dizer-lhe o que é que vai acontecer à exploração no Alentejo, mas com o microfone ligado não posso e perceberá porque é que não posso”, afirmou o ministro.
“A lei é muito clara. A partir do momento em que entra um pedido, devidamente articulado, mal fora que a administração pudesse dizer não, e, portanto, tendo entrado esse pedido, tem de ser agora colocado em público e apreciado por todos”, acrescentou.
A resposta do governante seguiu-se às perguntas feitas pelos deputados do Bloco de Esquerda Pedro Soares e do PSD António Costa da Silva.
“Porque é que, evocando o interesse público, pura e simplesmente não rejeitámos esse pedido de prospeção mineira”, questionou o parlamentar bloquista Pedro Soares.
Já o deputado do PSD Costa da Silva alertou que a área alvo do pedido de prospeção inclui “uma serra que tem um ecossistema muito especial”, que integra a Rede Natura 2000.
A empresa Exchange Minerals, com sede no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, “requereu a atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de ouro, prata, cobre, chumbo, zinco e minerais associados, numa área denominada ‘Montemor'”, segundo um aviso publicado em Diário da República.
O pedido de prospeção, que está em consulta pública, abrange uma área total de cerca de 410 quilómetros quadrados nos concelhos de Évora, Montemor-o-Novo e Vendas Novas.