O novo arcebispo de Évora rejeitou o “legalismo religioso” que “deturpa e caricaturiza a verdadeira relação com a beleza de Deus” e criticou “atitudes fundamentalistas” que aconteceram “na história e na atualidade” da Igreja.
Francisco Senra Coelho falava na homilia da celebração da sua entrada solene na arquidiocese de Évora, cuja cerimónia decorreu este domingo na Sé Catedral.
“O legalismo religioso deturpa e caricaturiza a verdadeira relação com a beleza de Deus. No seu entendimento, cumpridas todas as regras e prescrições, Deus seria apenas chamado para apreciar e testemunhar o nosso esforço e para nos atribuir o prémio que reclamamos. Este orgulho leva à soberba da autossuficiência, da autocontemplação e da autossalvação”, afirmou.
“Reside nesta compreensão da religião a base de muitas atitudes fundamentalistas, soberbas, hipócritas e até violentas que todos reconhecemos e lamentamos na história e na atualidade”.
O arcebispo pediu que a Igreja, “de mãos dadas pela paz, tolerância e no respeito”, saiba “construir a casa comum”, num compromisso com uma “cultura ecológica global” de forma a “olhar o futuro com esperança”.