O interior do Alentejo estará a enfrentar a onda de calor mais prolongada de que há registo.
Quem o diz é o professor e investigador da Universidade de Évora Rui Salgado.
“Em Évora, já tivemos temperaturas mais altas, mas nunca deverá ter havido temperaturas tão altas, seguidas, no interior alentejano”, afirma.
Segundo o Instituto de Ciências da Terra (ICT), as temperaturas elevadas dos últimos dias devem-se à presença de um anticiclone a nordeste dos Açores, estendendo-se em crista até à Grã-Bretanha/Golfo da Biscaia, que “induziu um fluxo de leste que transportou ar seco e muito quente”.
Num comunicado da academia, Flávio Couto, também investigador do ICT, explicou que a persistência de temperaturas altas se deve também a uma depressão próxima de Portugal continental, que “inibe a circulação típica de verão associada ao anticiclone dos Açores e favorece os ventos de sudeste/este para o Alentejo na baixa atmosfera”.
Por isso, adianta, espera-se que o interior do Alentejo continue a braços com a onda de calor até à próxima sexta-feira.