O Instituto de Ciências da Terra da Universidade de Évora (UÉ) registou, na terça-feira, a maior intensidade de precipitação no período de uma hora, desde que foi instalado um udómetro, no Colégio Luís António Verney, em 2007.
O udómetro é um instrumento que mede a quantidade de chuva que cai num dado lugar e num determinado período.
Segundo a UÉ, às 20:00 de terça-feira e no espaço de apenas quarenta e cinco minutos, Évora acumulou uma precipitação de 38.805 milímetros (mm).
Até esse dia, adianta a academia, os valores mais elevados de precipitação horária registados nesta estação eram de 28,059 mm (em 04 de novembro de 2012) e 21,691 mm (em 22 de abril de 2014).
Segundo a equipa de técnicos e investigadores do Instituto de Ciências da Terra (ICT), nomeadamente Rui Salgado, Miguel Potes, Flávio Couto, Gonçalo Rodrigues, Samuel Bárias e Ana Lourido, não há nenhum registo, nesta estação, de precipitação superior a 10 mm numa hora nos meses de julho e agosto.
Entre as 19:26 e as 19:55 , a precipitação acumulada foi de 37,6 mm, ou seja, a intensidade de precipitação foi de 75,2 mm/h, o que permite classificar este evento como de precipitação violenta (> 50 mm/hora), o nível mais elevado da classificação da intensidade da precipitação.
De referir que, segundo dados do IPMA, ver aqui, em Julho, a precipitação média mensal em Évora é de 8.6 mm (normal 1971-2000). Ou seja, a precipitação acumulada no dia 21, entre as 19:00h e as 20:00h foi quase 5 vezes mais elevada do que a normal para todo o mês de julho.
Na terça-feira, de acordo com a equipa do ICT, a velocidade média do vento foi de 20kms/h, tendo mesmo atingido os 55kms/h às 19:31.
Também a temperatura registou uma quebra abrupta de 16º, tendo descido de 32º às 17:00 para 16º às 18:50.
Este fenómeno meteorológico teve origem numa depressão isolada em altitude, um sistema meteorológico também conhecido por gota fria ou por cut-off que se forma a partir de uma perturbação da corrente de Oeste nas proximidades do jato polar.