A associação ambientalista Quercus emitiu parecer negativo ao pedido de prospeção mineira nos concelhos de Évora, Montemor-o-Novo e Vendas Novas.
Em comunicado, a organização diz que, perante “enormes impactes ambientais numa futura fase de exploração”, deu o seu “parecer negativo” ao pedido e apelou a que o Governo chumbe a pretensão da empresa.
A Quercus defende que o pedido de prospeção “não deveria ter sido sequer equacionada” pelo Estado português, alegando o processo “não cumpre requisitos legais básicos”, nomeadamente em relação a informações e documentação.
Por outro lado, realça que “o projeto de prospeção integra áreas classificadas como Rede Natura 2000, Sítios de Importância Comunitária ‘Serra do Monfurado’ e ‘Cabrela’, com a ocorrência de diversos habitats protegidos”.
“Apesar de o pedido contemplar nesta fase apenas a prospeção de minérios, é por demais evidente que o interesse do promotor será levar por diante no futuro próximo um projeto de exploração, com todos os elevados riscos ambientais para a região que essa exploração comporta”, assinala.
Nesse sentido, os ambientalistas alertam que a aprovação do pedido de prospeção “abriria a possibilidade a um projeto de exploração mineira a céu aberto, num futuro breve”, que afetaria “direta e negativamente os Sítios de Importância Comunitária ‘Serra de Monfurado’ e ‘Cabrela’, da Rede Natura 2000”.
Também “provocaria a detonação de toneladas de explosivos, com ruído acentuado e a emissão constante de poeiras com elevados impactes sobre a qualidade de vida das populações nas imediações, a destruição do coberto vegetal de uma enorme área, com o abate de milhares de sobreiros e azinheiras, sobretudo em montado”, acrescentam.
A Quercus diz ainda que, associado aos riscos ambientais, juntam-se “uma série de riscos de ordem social e económica, que passam pela destruição de setores que seriam seriamente afetados com um projeto de exploração de minérios a céu aberto, como agricultura, pastorícia, apicultura, turismo e exploração florestal”.