A escolha para o Prémio Vergílio Ferreira recaiu este ano sobre o angolano Ondjaki, escritor, livreiro e artista de diversas disciplinas.
Este galardão, instituído pela Universidade de Évora (UÉ) em 1996, incide sobre o conjunto da obra de um autor que se tenha distinguido nos domínios da ficção ou do ensaio.
O júri decidiu, por unanimidade, atribuir o Prémio Vergílio Ferreira a Ndalu de Almeida, popularmente conhecido como Ondjaki.
“O contributo que Ondjaki faz para que a língua portuguesa seja língua de reconciliação e mesmo de consciência cítica para todos os falantes de português”, destaca o júri.
Ondjaki nasceu em Luanda, Angola, em 1977 e estudou sociologia na Universidade de Lisboa.
As suas obras incluem poemas como “Actu sanguíneu”, contos “Momentos de aqui”, livros infantis “A bicicleta que tinha bigodes” ou romances “Quantas madrugadas tem a noite” e “Bom dia, camaradas”.
Escreve também peças de teatro e roteiros de cinema, recebeu inúmeros prémios, incluindo o Prémio Sagrada Esperança 2004 em Angola, o Prémio António Paulouro 2005 em Portugal, Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco em 2007, e o Grinzane for Africa 2008, na categoria de melhor jovem autor e, em 2013, recebeu o Prémio Literário José Saramago por seu romance Os Transparentes.
Na edição referente a 2023, o júri, presidido pelo professor da Universidade de Évora Antonio Sáez Delgado, integra também os docentes universitários Eunice Ribeiro (Departamento de Estudos Portugueses e Lusófonos da Universidade do Minho); Fátima Freitas Morna (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa); Elisa Nunes Esteves (Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora) e Miguel Filipe Mochila (Crítico Literário).
Tal como nas edições anteriores, a cerimónia de entrega do galardão está agendada para o dia 1 de março, data em que se assinala o aniversário da morte do escritor Vergílio Ferreira (1916-1996), patrono do prémio e autor de “Aparição”.